SLART
Ao analisar exposições infantis em galerias e museus, percebe-se que experiências interativas são mais atrativas e proporcionam um aprendizado teórico-prático. Embora a geração atual esteja profundamente afetada, positivamente e negativamente, pela tecnologia, os pequenos não deixam de valorizar brincadeiras manuais em determinados momentos.
Considerando a presença de diversas salas em uma exposição, o SLART é um sessão dedicada às crianças, mas sem ignorar os adultos. Nela, o principal objeto de estudo é a slime (geleca). Consiste em um brinquedo de massa gelatinosa e colorida, cuja textura extremamente maleável contribui para que ela seja modelada com facilidade. Há uma enorme variedade, com produtos feitos de diferentes matérias, variando, consequentemente, a cor, a consistência, o brilho, viscosidade, entre outros. E, embora muitas sejam conhecidas por conter materiais tóxicos que fazem mal à saúde, há gelecas fabricadas de maneira sustentável e natural.
Pensando nisso, a SLART surgiu como uma possibilidade que alia tecnologia e os sentidos humanos. Consiste em uma ameba inteligente que fica exposta para os interessados interagirem de diversas formas. Com uma composição gelatinosa, textura maleável e material natural e ecológico (feito de casca de psyllium), esse projeto produz um efeito relaxante e tem função educacional.
Mas como ele funciona?
1) Ao se aproximar da mesa em que se encontra a geleca, o usuário se depara com um tapete, que contém um sensor de presença e pressão (que aciona a liberação da geleca do compartimento do topo), no chão e uma tela de interação (levemente inclinada para cima) à sua frente. Nessa tela de interação, há um botão de "Começar", que dá início à interação.
2) Após clicar em "Começar", o usuário se depara com uma pergunta: "Como você prefere receber a sua geleca?". Com três opções de resposta - fragmentada, molenga, consistente - ele escolhe a opção desejada. A geleca, então, é liberada para fora desse compartimento. Com a densidade, ela se estende e vai caindo até um outro compartimento mais abaixo.
3) Com isso, a geleca, ao chegar no compartimento 2, sofre uma variação interna (nesse segundo compartimento) para se assemelhar à opção selecionada.
1ª opção: geleca é cortada em fragmentos pequenos;
2ª opção: adiciona-se mais água na geleca;
3ª opção: adiciona-se um material que apresenta uma propriedade que cria maior consistência na geleca.
4) Embaixo da tela de interação, a pessoa consegue encontrar um terceiro compartimento (que é retirável) em que a geleca se encontra após esse processo de variação. Depois de pronta, o usuário retira o compartimento com a geleca dentro, a manuseia dentro desse compartimento (para evitar maiores acidentes) e segue para o próximo passo.
5) Após manuseá-la por um momento, o usuário coloca a geleca em um dos três suportes retangulares (transparentes) presentes ao lado esquerdo da tela e devolve o outro compartimento para o seu lugar de origem. Cada suporte retangular apresenta uma especificidade que será trabalhada de acordo com uma determinada música pré-selecionada: o primeiro altera a percepção de cor da geleca, o segundo movimenta a geleca de acordo com o som agudo da música, e o terceiro movimenta a geleca de acordo com o som grave da música. E o usuário escolhe a opção de sua preferência (podendo utilizar os três retângulos).
6) Após colocá-la em um dos suportes retangulares, o usuário deve escolher uma música, dentre as opções oferecidas na tela de interação. Ao escolher uma das músicas, ele observará a geleca sofrendo uma certa alteração física, seja de cor ou movimento (de acordo com o suporte - 1, 2 ou 3 - que ele escolher).
No suporte 1, a cor da ameba é alterada de acordo com a batida da música. O suporte contém pequenos sensores de luz, acoplados em seu fundo, que alteram a aparência da geleca para o espectador.
No suporte 2, há um sensor que detecta sons agudos. Com a batida da música, a ameba sofre modificações e a pressão causada pelo som agudo provoca o aparecimento de elevações mais altas na ameba.
No suporte 3, há um sensor que detecta sons graves. Então, com a batida da música, a ameba sofre modificações e a pressão causada pelo som grave provoca o aparecimento de elevações mais baixas na ameba.
Percebe-se assim que cada usuário terá uma experiência diferente do outro, pois a visualização de cor (como um todo) e a movimentação da ameba irão variar de acordo com as opções escolhidas (da consistência da ameba, do suporte retangular e da seleção da música).
É um experimento de diversão e aprendizado para crianças e adultos. Assim, todos podem participar e se divertir!